sábado, 29 de maio de 2010

As Mãos que retiram as pedras

Fazia tempo que não passava por aqui, mas é que nas últimas semanas aconteceram algumas coisas chatas (e coisas boas também!) e não tinha clima pra escrever.
Mas resolvi fazer este post pra contar o que aconteceu. Não apenas contar, mas eu precisava testemunhar o quanto Deus é grande e maravilhoso nas suas obras.
Não quero parecer a crente chata (e muitas vezes tiver vergonha de dizer que sou crente), mas sou o reflexo de Jesus Cristo aqui nesse mundo doido e é quase que uma necessidade falar as maravilhas de ser sua seguidora.
Como eu tinha falado no post anterior, estava enfrentando um problema de saúde da minha mãe. Esse preblema, que muitas vezes temos medo de falar, era câncer. Sim, câncer de ovário.
Na quarta-feira, dia 12, o médico nos corfirmou o que a gente já desconfiava. Disse que era grave, num grau avançado e que ela precisaria internar nesse mesmo dia, porque ela teria que operar.
Ela internou. Quando vi a minha mãe saindo de casa pro hospital, foi uma sensação a qual não pretendo sentir novamente.
Ela ficou uma semana internada antes da cirurgia. Na outra quarta, dia 19, ela operou. Entrou no centro cirurgico às 9 da manhã. Ela ligou, falando que estava entrando e que estava tudo bem com ela. Durante todo o dia me senti culpada de não estar lá, mesmo que no lado de fora, esperando a cirurgia terminar.
Às 4 da tarde, meu irmão me ligou dizendo que a cirurgia havia terminado, mas que ainda não sabia o que tinha acontecido, porque foi a minha vó quem entrou dentro do centro cirurgico e recebeu a noticia do médico.
Meu irmão pareceu nervoso, porque minha vó não dizia o que tinha de fato acontecido. Fui voando para o hospital, junto com meu pai.
Cheguei lá e fui ao encontro do meu irmão, que me disse que ela estava na UTI. Subi até o andar onde a minha mãe estava, correndo, sem saber o que iria escutar, com medo, muito medo. Esses minutos foram tão surreais, que parecia que não estava acontecendo comigo.
Encontrei a minha vó, sentada, do lado de fora da UTI, abraçada com o travesseiro da minha mãe. Ela estava estranha. Eu perguntei o que havia acontecido, mas ela foi breve dizendo que a minha mãe AINDA estava viva.
Logo em seguida, o meu pai chegou, com uma expressão que eu nunca tinha visto nele. Ele, por sorte (prefiro dizer, mãos de Deus), encontrou com o médico na entrada do hospital e perguntou como havia sido a cirurgia. Ele me contou, porque a minha vó mal conseguia falar.
O médico respondeu: foi complicada, complexa, o tumor estava enorme (tanto que já não havia mais as trompas, nem os ovários, e o últero estava todo comprometido), o tumor havia pego um pedacinho do intestino, que ele também retirou. Ela havia perdido muito sangue, foi entubada, que tinha saído do sala de cirurgia muito debilitada. Ele deu 48 horas criticas, as quais ela estava correndo risco de morte.
Neste momento, se eu pudesse ver, provavelmente veria anjos me segurando, pra não desabar. E com certeza, veria Cristo sussurando no meu ouvido: Confia!
E confiei. Em nenhum momento pensei no porquê aquilo estava acontecendo comigo, nem chorei, nem reclamei. Eu só dizia que íamos enfrentar tudo aquilo porque Deus estava à frente da situação, e que a minha mãe seria o meu testemunho. Testemunho que eu sirvo um Senhor vivo e poderoso e que pode tudo, inclusive, principalmente, tirar a minha mãe curada dali, se fosse da Sua vontade.
Foi a noite mais dificil da minha vida. Não durmi. Só orava. Às vezes, cochilava e acordava, mas só orando. Lembro de ter pedido, na minha oração ,que não queria chorar de tristeza, e sim de alegria e pedia pro telefone não tocar naquela madrugada.
Quando amanhaceu, fomos eu e o meu pai pro hospital, pra termos noticia. Em vão. Não passavam noticias da UTI fora do horário de visitas, que era só as 16h. Graças a uma amiga da família (que foi fundamental em todo o processo), que é amiga também do médico que operou a minha mãe, tivemos a resposta de Deus. O médico disse pra ela que estava surpreendido com a recuperação da minha mãe, que ela não precisaria ficar as 48 horas na UTI, que a tarde ela já desceria para o quarto e, o principal, ela estava praticamente curada.
De fato, chorei. Mas foi de alegria, como havia pedido na minha oração.
Ela ainda ficou mais uns dias no hospital. Teve algumas complicações, mas nada grave.
Ontem, ela teve alta. O médico disse que ela tem 99,99% de chance de cura. Óbvio que ela vai iniciar o tratamento de quimioterapia. Mas se ela seguir o tratamanto certinho, ela está curada.
Meninas, desculpem o post gigante e se o assunto fugiu do intercâmbio. Mas eu precisa falar isso. Eu precisava contar que eu testemunhei um milagre feito por Deus.
Quanto ao intercâmbio, ainda quero muito fazer. E Deus sabe e se preocupa com os meus planos.
Vou continuar com o processo, sim, mas o mais importante, agora, é a saúde da minha mãe. Porque se ela não estiver bem, eu também não vou estar.
Como a minha pretensão é ir no começo do ano que vem, vou fazendo o que tenho pra fazer. Mas está nas mãos do meu Senhor. E Ele sabe o tempo certo dessa realização acontecer.
Quero agradecer os comentários carinhosos. Isso é muito importante pra mim!
Bom, como sempre deixo uma frase nos finais dos meus post, vou colocar aqui um trecho da bíblia o qual não importa quantas vezes leio, toda vez me enche de forças:
Isaías 40: 28 - 31
"Será que vocês não sabem?
Será que nunca ouviram falar disso?
O Senhor é o Deus Eterno,
Ele criou o mundo inteiro.
Ele não se cansa, não fica fatigado;
ninguém pode medir a sua sabedoria.
Aos cansados ele dá novas forças
e enche de energia os fracos.
Até os jovens se cansam,
e os moços tropeçam e caem;
mas os que CONFIAM no Senhor
recebem sempre novas forças.
Voam nas alturas como águias,
correm e não perdem as forças,
andam e não se cansam."

quarta-feira, 5 de maio de 2010

No meio do caminho tinha uma pedra...

...Quem me dera se fosse uma...

Quando as pessoas me vêem tão empolgada com a idéia do intercâmbio, elas não parecem entender o porquê desta tamanha empolgação. É simples. É um almejo meu, assim como é alguém almeja um carro, ou uma casa própria, ou almeja um cargo de liderança numa empresa antes dos 30 anos. E lendo alguns blogs de futuras au pairs, também encontrei meninas na mesma situação, no mesmo grau de ansiedade e de empolgação. (Ainda bem que não é só eu!)

De fato, minha empolgação é tamanha que esqueci de que nós, infelizmente ou felizmente (e eu acredito na segunda opção), não temos o controle das nossas vidas nem do nosso tempo. E durante esses últimos dias, tive que concordar com o que a minha mãe sempre me diz: “Grandes expectativas, grandes decepções”.

E as decepções acontecem, ué! Elas sempre vão acontecer. A gente nunca conta com as pedras que podemos, eventualmente, nos deparar ao longo do nosso caminho, e quando nos deparamos com elas, perdemos o rumo.

Um exemplo disso tudo: eu mesma. Encontrei muitos obstáculos durante esses dias. Uns mais simples, como a dificuldade de conseguir um trabalho voluntário (mas isso é assunto para outro post, porque foi uma corrida à parte, na verdade, ainda estou correndo atrás!), e outro mais complicado e o mais difícil, que não só eu tenho que enfrentar, mas a minha família também, que é um problema de saúde da minha mãe.

Com tudo isso acontecendo, percebi que tenho que voltar do meu conto de fadas pro mundo real (embora minha empolgação seja a mesma). Ainda tenho muita coisa pra resolver aqui. Quero ir? Quero. Eu vou? Tenho certeza disso. Mas estou consciente que tenho coisas importantes aqui, e que tudo vai acontecer na hora certa. Tudo no tempo de Deus, não no meu.

Quanto ao processo. Vai indo, devagar, mas vai indo.

Já fiz algumas fotocolagens, a personal letter, preenchendo algumas partes do app.

Estou sem pressa. Indo devagar pra não tropeçar! Afinal, paciência é o primeiro requisito pra ser uma au pair!!


"Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!"